Não estamos vivendo um período fácil. Com a chegada da Covid-19, o mundo todo viu a vida como conhecia virar de ponta cabeça. Com isso, o sentimento de incerteza se tornou crescente na população, que busca cada vez mais um escapismo da realidade, ou então, pelo menos, por alternativas para se desligar e desacelerar de tantas notícias, mudanças e informações com as quais são bombardeadas todos os dias.
Desse modo, o Slow Living surge como uma forma de trazer esse bem-estar e tranquilidade para o cotidiano através de diferentes práticas, além influenciar, e muito, o cenário da moda. A busca pelo termo slow living, inclusive, aumentou 150% no último ano, e observando a importância e o crescimento desse movimento, trazemos nesse material uma análise sobre esse estilo de vida que vem ganhando cada vez mais adeptos. Saiba mais!
Origem e características
O termo Slow Living tem origem no Slow Food, prática que surgiu nos anos 80 como uma forma de contrapor ao fast food e valorizar a boa comida e as tradições regionais. A partir daí, outros movimentos slow começaram a surgir, como o slow parenting, o slow medicine e o slow fashion, e a união de todos esses elementos ajudaram na construção do Slow Living, um estilo de vida completo que preza pelo equilíbrio, pela desaceleração e por uma forma de consumo sustentável.
O estilo de vida slow propõe a chance de avaliarmos o que é importante e fazermos decisões conscientes no lugar de agirmos apenas por hábito, para assim podermos viver mais plenamente e combater problemas de saúde, como estresse e esgotamento.
Vale ressaltar que muitas vezes é comum confundir o slow living com o minimalismo, sendo que uma coisa não precisa necessariamente estar ligada a outra. No lugar da compra impulsiva de muitos itens produzidos em massa ou então da compra feita estritamente por necessidade, como propõe o minimalismo, uma casa lenta, por exemplo, é aquela formada por peças adquiridas com consideração e moderação, utilizando o design para expressar a individualidade. A ideia aqui é fazer o melhor possível e não o mais rápido possível.
Slow Fashion
No que diz respeito a moda, movimentos como o Fashion Revolution, o Who Made My Clothes e o Fur Free, tem mostrado que estamos caminhando cada vez mais em direção de uma moda consciente e ecológica.
Dentro do slow living, o slow fashion surge como a vertente da moda que foca em reduzir a velocidade das cadeias de produção, e por consequência o consumo exacerbado e os impactos no ambiente, valorizando a longevidade das peças. Marcas como a Aure Studio, a The Hemp Temple e a Smart Kids tem o movimento slow em suas raízes, promovendo a produção de peças duráveis, confortáveis e sustentáveis.
Sistemas de peças consignadas e de aluguel também tem se popularizado. Talvez o mais famoso deles seja o Thread Up, que já fez parcerias com brands como a Reebok e a Abercrombie, e surgem como alternativas para estender o ciclo de vida dos produtos, além de evitar o consumo excessivo de peças que provavelmente não teriam um uso tão recorrente.
Os materiais e seus processos, como tingimentos, lavagens e colorações também são importantes aqui. Os corantes naturais são uma aposta que vem crescendo, assim como o controle do consumo de água, que inclusive pode aparecer na descrição de produtos de determinadas marcas, como a Reformation.
Características do Slow fashion
Comprometimento com o uso responsável dos recursos;
Produção de itens atemporais, valorizando modelagens simplificadas;
Apoio aos pequenos negócios e as marcas independentes;
Valorização da produção local;
Respeito e inclusão com funcionários e clientes;
Uso de bases naturais, como o linho, o algodão, a seda, além dos tecidos tecnológicos, como o poliéster reciclado, o laminado vegetal e o pinãtex, por exemplo.
Transparência com os clientes, informando o processo de fabricação dos produtos;
Apreciação dos trabalhos manuais e da estética artesanal, muitas vezes vindo como contraponto a moda digital, que visa um produto mais moderno e instantâneo.
Além das roupas, é importante lembrar também das embalagens e aviamentos. As marcas estão cada vez mais cientes da importância de olhar também para suas etiquetas, embalagens e processos de entrega dos produtos. Nesse aspecto, as inovações vão desde ações que partem do momento da compra, até complementos feitos em materiais naturais, como papelão reciclado, jutas e cordões rústicos.
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