Já faz um tempo que o esgotamento de recursos naturais e a poluição ambiental são considerados problemas característicos da indústria têxtil e, cada vez mais, marcas e, principalmente, consumidores têm se preocupado com este tópico. No post de hoje, vamos mostrar algumas formas de driblar esse problema, tornando sua marca de roupa mais sustentável. Confira!
Como já mencionamos, os consumidores têm cobrado das marcas um posicionamento mais transparente em relação a suas de cadeias de produção. Hoje, por exemplo, vemos o termo “atemporal” se destacar no mercado e isso não é à toa. Afinal, a moda atemporal é capaz de minimizar tais impactos negativos, focando sempre na sustentabilidade.
Empresas do ramo têxtil e de confecção têm repensado suas práticas e, consequentemente, readequado suas ações com o intuito de atender melhor tal demanda. Os exemplos estão relacionados à escolha de fornecedores de tecidos e outros materiais fabricados com práticas sustentáveis ou até mesmo às mudanças no salário dos funcionários e preocupação social com as comunidades - o movimento de valorização do trabalho local se se intensificou no cenário do COVID-19.
Criando um produto atemporal
Em primeiro lugar, é necessário que, durante o processo de desenvolvimento de coleção, seja feita uma análise mais robusta entre o mercado de consumo e tendências de moda.
Um bom exemplo é criar a coleção de verão 2020/21 com os “olhos” no próximo inverno! Nós sabemos que o clima tem grande influência sobre os produtos, mas no caso do Brasil onde o inverno rigoroso acontece em uma determinada região e por pouco tempo, é possível produzir peças com tecidos mais leves, não pensando apenas no clima especificamente, mas em necessidades. Assim, as chances de estoque parado são minimizadas.
No momento em que você começa a analisar o seu lançamento pelos ciclos de vida no mercado, deixando de lado a grande preocupação em relação à temporada/estação, você passa a pensar de maneira atemporal e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade de ganho em cima deste produto e introduz a perspectiva da sustentabilidade no seu processo.
Você pode trabalhar também com linhas de produtos:
linha clássica: peças mais básicas e que serão vendidas durante todo o ano, possibilitando uma melhor uma estratégia de estoque
linha casual: produtos relacionados com a tendência do momento, mas que tragam também a estética da durabilidade, conforto e usabilidade
linha fashion: produtos que possuem tempo de giro menor, Fast Fashion, “modinha”
Além disso, não podemos nos esquecer de mudanças que devem ser introduzidas nas empresas de moda para o fortalecimento da responsabilidade socioambiental:
Uso de corantes naturais para tingir os tecidos
Utilização de tecidos com “selo verde” ou eco friendly, como tecidos “desfibrados” (compostos por retalhos ou fibra de garrafa PET) e algodão orgânico
Dar preferência às peças clássicas, mais duráveis e atemporais, que sejam de qualidade
O novo perfil do consumidor
O consumidor atento à importância de adotar hábitos mais sustentáveis passa a se interessar pelo histórico das roupas e acessórios que consome; pesquisando sobre as matérias primas utilizadas ou se a empresa respeita os direitos dos trabalhadores, por exemplo.
Nesse sentido, esse consumidor acaba dando preferência às roupas mais versáteis de cortes e cores mais básicos ou clássicos e que podem ser usadas muitas vezes; ou peças de melhor qualidade, que mesmo com preços mais elevados, valem a mais a pena por durarem mais.
Dados da pesquisa ThredUp 2018 Resale Report apontam que, em 2018, o mercado de produtos de segunda mão cresceu 47% em relação ao ano anterior, enquanto as vendas no varejo cresceram somente 2% no mesmo período. No Brasil, segundo o Sebrae, o número de brechós cresceu 210% entre 2010 e 2015.
Mesmo sem dados mais recentes, percebemos a grande oferta e procura por brechós nas redes sociais, que operam em lojas físicas ou e-commerces, atendendo consumidores de todo o país. É interessante notarmos a mudança de percepção dos brechós ao longo do tempo, antes eram vistos como espaços de roupas velhas ou usadas e, hoje, são um espaço de democratização da moda e de inclusão social por meio do vestuário.
Você será bem visto pelo consumidor no momento em que construir, no seu produto, a ideia do “vestir-se bem sem desperdício e com preço justo”. Todas as conexões que puder fazer com referências relacionadas à estética de “lixo zero” são bem vindas. Por isso, para engajar seu público alvo e construir um bom posicionamento de marca, promova encontros culturais, eventos beneficentes, customização e reforma de peças, entre outras ações que façam sentido em relação a essência da sua marca, e ao lugar que você pretende chegar com ela.
Lembre-se que a moda tem papel importante na construção da sociedades e da nossa história. Assim, ela precisa ser inclusiva, justa e, claro, estar ao alcance de todos. O segredo é adaptar o seu processo de desenvolvimento de produto em relação às maiores necessidades das pessoas.
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